A solução está na simplicidade

A difícil arte de fazer o simples
Luiz Marins

Ligo para uma empresa de alta tecnologia. Pergunto uma coisa, duas, três e a recepcionista não sabe. Quanto lhe indaguei da razão do seu desconhecimento das coisas da empresa ela me respondeu: “Eu só trabalho aqui”.
Li numa revista médica que o grande drama da infecção hospitalar poderia ser reduzido se enfermeiros, auxiliares e médicos lavassem as mãos com mais freqüência.

A maioria dos problemas que vejo nas empresas e que acarretam perdas milionárias é causada por pura falta de uma simples comunicação interna.Na classe executiva de um vôo internacional – que obviamente não era da TAM – um passageiro reclama de seu filé. Estava duro demais. O comissário responde: “O senhor acha que sou eu que cozinho?”Por que é tão difícil fazer o simples, o óbvio?

Empresas gastam milhões de dólares em sofisticadas tecnologias; em pesquisa e desenvolvimento; em prédios inteligentes, mas esquecem-se do simples. Não treinam seus atendentes, suas telefonistas, seus comissários ou suas auxiliares de enfermagem a lavar as mãos. Não comunicam as coisas essenciais da empresa a seus colaboradores. Os empregados tomam conhecimento das coisas da sua própria empresa pelos jornais ou pela televisão ou pelo sindicato já conclamando para a greve. O posto de gasolina é lindo, maravilhoso, mas os frentistas são um desastre! A padaria é linda, maravilhosa, mas as balconistas são sujas! O estacionamento é amplo, tem seguro total, mas os manobristas furtam pequenas coisas dos carros dos clientes. O supermercado tem milhares de produtos e faz grandes promoções, mas os caixas são simplesmente despreparados e mal educados. A empresa faz produtos sofisticados e gasta milhões de dólares em propaganda, mas a assistência técnica é um horror!
Será que não conseguimos enxergar o simples? Fazer o simples?

Empresários me perguntam o que fazer para ter sucesso num mercado competitivo e minha resposta é sempre: Ligue para a sua própria empresa pedindo uma informação e você descobrirá.
É o ditado português – “andando na égua e perguntado por ela”.

Pense nisso. Sucesso!