Seja o que for, faça bem feito!

O direito de não ser o primeiro
Luiz Marins

Muitas pessoas me perguntam se para ser feliz e considerar-se “sucesso” é preciso estar sempre no topo, ser o primeiro ou a primeira em tudo o que puder.

Conheço pessoas que simplesmente não querem ser “as primeiras”. Conheço gente que não quer ser “o chefe”, “o presidente”. Conheço pessoas que sentem-se genuinamente mais felizes sendo “segundas ou terceiras”.

Já me perguntei se essas pessoas dizem não querer estar no topo por medo ou como uma forma de racionalização - já que não consigo ser o primeiro, faço o “jogo do contente” e finjo me contentar sendo segundo. Mas vejo que há pessoas que sinceramente optam, conscientemente, em não estar no topo.

E essas pessoas me parecem felizes! Elas consideram que o estresse e a responsabilidade que ser a primeira no mundo dos negócios causa, simplesmente, não compensa.

Conheço pessoas que não aceitaram ser promovidas. Conheço pessoas que não aceitaram ofertas tentadoras para se mudar para o exterior em condições de salário e posição muito mais vantajosas do que as que tinham no seu país. Elas sempre me perguntam se a opção que fizeram foi certa ou errada.

A minha resposta é sempre a de que essa é uma opção “pessoal e intransferível”. Somente a própria pessoa pode saber o que realmente quer e decidir de acordo com o que deseja.

Mas o importante é que ela tem o direito de não ser a primeira.
Mas ela também deve assumir as conseqüências de suas decisões. Assim, quando alguém não aceita uma promoção tem que lembrar que alguém será promovido em seu lugar. Deve também lembrar que a empresa pode perder a confiança de investir em alguém que não quer “subir” e que sua atitude pode ser vista como uma falta de comprometimento com as necessidades da empresa.

Assim, existe o direito, mas é preciso saber que existem também conseqüências. Você tem o direito de querer ficar mais tempo com sua família, com seus amigos. Achar o equilíbrio não é fácil.

Este é o desafio. E a decisão é sua!